Independentemente das obras da Lei, fomos aceitos pela Graça de Deus. Os filhos não se relacionam com Deus para serem aceitos, antes foram aceitos para se relacionar, através da Justiça em Cristo Jesus, imputada a nós gratuitamente. Justiça perfeita, que não pode em nada ser acrescentada por nós.
A liberdade que a Graça de Deus nos concede, não é uma libertação para o pecado. Não é uma validação, mas ela suplanta a Lei e o pecado. A Graça triunfa e nos faz vencer a nós mesmos.
A Lei foi dada para ressaltar nossa insuficiência, culpa e vulnerabilidade, para que a Graça fosse ainda maior. A lei abundou o pecado, mas a Graça superabundou em nossas vidas. Não estamos sob a Lei e por isso o pecado já não nos domina.
A Graça de Deus tem propósito. A liberdade significa ser posto na direção certa, para que a Justiça prevaleça e a Vida eterna se realize. A Graça não nos tira de um destino ruim para nos deixar sem destino nenhum, antes restaura nossos pés para trilhar o caminho preparado de antemão para os filhos.
Libertos do pecado e da Lei, estamos livres da condenação e da culpa, de uma vez por todas, mesmo daqueles pecados que ainda não cometemos. Já sabemos o veredito final, porque Jesus levou a nossa culpa.
A Lei não habilita o homem, não nos arranca do círculo vicioso. Nela, não há justos, apenas culpados, medo, escravidão. O que nos tira dessa sequência de erros, culpa e condenação, é o movimento de Deus na nossa direção. Não temos um desempenho para merecer ser livres. Isto é Graça.
O pecado não tem mais o domínio, se você descobre que a Graça de Deus te livrou dele. Assim, nos tornamos livres do pecado e escravos da Justiça de Deus. Você está debaixo de um senhorio. Não existe autonomia absoluta para o homem.
O pecador está livre da Justiça, mas o fruto deste caminho é a morte. Nele não há valores, princípios, nada. Mas quem está na Justiça é livre do pecado. Está no Caminho e Verdade que levará à Vida.
Não está apenas livre de algo, mas para algo. É ser habilitado para funcionar de acordo com quem você realmente é, ter a natureza restaurada. É como o pássaro fora da gaiola. Ainda que esteja limitado de várias formas, não está encerrado numa gaiola e pode voar.
De qualquer forma, há um senhorio e uma escravidão. Há a "escravidão" da Justiça e a escravidão do pecado. Ou você obedece à um ou ao outro. No pecado, há a ilusão de liberdade, que na verdade é escravidão e leva à morte. Na Justiça, fomos justificados em Cristo, para cumprir um propósito. Não fazemos para merecer, mas já que somos livres, devemos fazer.
O escravo do pecado é como um peixe no aquário. Qual a liberdade se não há mar? Qual o fruto disto? É uma falsa liberdade. Ser escravo da Justiça é a verdadeira liberdade, porque o destino na Graça é a imortalidade, a Vida eterna. O livre, é um homem capaz de transcender ao que é temporal e enxerga a eternidade como seu destino.
O homem que entende a liberdade como uma liberalidade para pecar, é como um pássaro que tem a gaiola aberta e não sai. Não há sentido em ser comprado por Cristo e questionar se pode desobedecê-lo. Só é de fato livre, quem compreendeu o propósito da Graça.
Assim, a Graça de Deus livra o homem do inferno, mas também dá à ele um novo destino. Até chegar onde chegará, vai caminhando, amando e servindo conforme aprendeu de seu Senhor.