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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Igrejas judaizantes




Hoje, a maioria das igrejas evangélicas se fixam em pregações judaizantes. Formulam suas táticas de engodo, usando textos do Antigo Testamento, como se Israel e a Igreja fossem o mesmo povo. E como se não houvessem duas alianças, com promessas distintas e Leis distintas. Usam a velha aliança para prometer o que Deus não prometeu à Igreja e para garantir o que jamais foi garantido. E assim, plantam a semente da segregação, da falsa ideia de povo seleto de privilegiados, gente alienada, materialista, vingativa e vazia do amor de Deus.

Israel é a figura de um povo endurecido, adúltero e almático. A Igreja de Cristo é quebrantada, esposa fiel e espiritual. A imagem do Deus de Israel é percebida pela limitação do homem em Adão, por isto é a de um Deus terrível, vingativo e ditador. Em Cristo, Deus é um Pai amoroso, abençoador e que convida a humanidade a ser co-herdeiras com o Filho.

As promessas feitas a Israel são materiais, temporais e condicionadas à obediência. As promessas para a Igreja de Cristo são espirituais, eternas e ofertadas pela Graça de Deus.

A Lei de Moisés foi dada a Israel, porque eles jamais a cumpririam e assim, foram o povo escolhido por Deus para mostrar à humanidade, a necessidade do Salvador. Nunca houve um justo sequer além de Cristo e sob o prisma eterno, não poderia ser diferente, pois o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo.

Já ouvimos tantas vezes leituras superficiais, onde se afirmava que Abraão se precipitou ao ter um filho com
Hagar, a egípcia. Pois o filho da promessa deveria nascer de Sarah, sua esposa. Mas conhecendo a explicação de Paulo acerca da escrava e da livre, onde uma representa a Lei e a outra a Graça, vemos que nada do que acontece é em vão e que tudo está perfeitamente amarradinho ao plano de Deus, que era levantar um povo na Terra, para estabelecer Seu Reino Eterno.

Haviam promessas naturais para a descendência natural de Abraão, os hebreus. E haviam promessas sobrenaturais, para os que se faziam herdeiros da fé de Abraão, seus descendentes por meio de Cristo.

Depois que Abraão recebeu a promessa de que seria o pai de uma grande nação e que dele Deus suscitaria uma enorme descendência, tal como as estrelas do céu, e que através de seu descendente, todas as famílias da Terra seriam abençoadas, nasceu Isaque, o herdeiro da promessa e nele, o descendente Jesus, por meio de quem no tempo oportuno, Deus consumou a Obra Redentora.

A promessa foi feita antes da Lei, mas cumprida no Novo Testamento, em Cristo. Pois por meio da fé, todo homem que guarda Nele a esperança, será salvo.

Portanto, Hagar a escrava, é representada pelo Monte Sinai e a Lei. Antes de se converter, todo homem é um Ismael. E Sarah a livre, é a Nova Jerusalém celestial e a Graça que nos converte em Isaque.

Enquanto não tínhamos fé, dependíamos de nosso esforço e éramos escravos do pecado que habita nossa natureza terrena. A Lei servia para apontar nossas culpas. Era como se uma grande carga estivesse sobre nosso lombo, pois jamais poderíamos cumprir todas aquelas regras.

Mas vindo a Luz do mundo, nossos olhos foram abertos pela fé. E nosso fardo foi substituído por algo leve e possível. Viver sem culpa, é incomparavelmente melhor.

A Lei em si é boa. Não podem ser más, cláusulas que dizem "não roubem, não matem, não cobicem, não adulterem". Posto que são ordenanças que protegem o homem. O problema está na nossa imperfeição. É impossível ao homem natural, cumprir toda a Lei e falhando em uma, nos tornamos culpados de todas. Assim, a Lei nos torna malditos e dignos de morte. Ela é boa, mas nela nos tornamos réus inevitavelmente.

Pela fé em Cristo, esperamos Nele a salvação. Foi Ele quem pagou a nossa dívida, se fazendo maldito no nosso lugar e riscando a cédula que nos condenava. Nele somos verdadeiramente livres da culpa e da condenação. Já não observamos a Lei, pois em Cristo, é o amor que nos aperfeiçoa.

A conversão consiste numa confissão: somos incapazes de nos justificar pelas obras e dependemos da Justiça em Cristo. É impossível se converter e ainda crer em mérito próprio.

Assim, já não somos Ismaéis debaixo da Lei, escravos de nossa imperfeição. Mas em Cristo, fomos feitos Isaques, herdeiros da promessa, livres. Um herdeiro não precisa se esforçar para herdar. Ele apenas espera, é herdeiro.

Os da Lei, abrem mão de Cristo. Julgam que a Obra Redentora é imperfeita e portanto devem completá-la guardando mandamentos. Os da Graça, simplesmente descansam e esperam Nele. Pois crêem na Sua Perfeição e na eficácia do sacrifício na Cruz, consumado de uma vez por todas, para que as benesses da Graça de Deus, alcancem Seu povo.

Enquanto as igrejas continuarem agindo como se fossem Israel, permanecerão na sequidão do deserto espiritual, negando o amor e cegas para as promessas conquistadas por Cristo com alto preço.