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sábado, 16 de dezembro de 2017

Sobre o Natal

Há alguns anos venho tentando falar sobre o Natal com alguns religiosos e percebi que a tradição evangélica é muito mais blindada do que imaginava, ao ponto de negligenciarem o Evangelho para protegê-la. Nesses dias, consegui explicar num site de ateus, o porque de Jesus não instituir a comemoração de seu nascimento, mas ao invés disso, mandou-nos comemorar a sua morte.

O Cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo, como um arquétipo do sacrifício salvífico realizado por Jesus dentro da história, quando o plano de Deus foi consumado. Assim, apesar da vida e morte de Jesus ter sido manifestada no tempo oportuno na cronologia, sabemos que Deus é atemporal e conhece o que ainda nem aconteceu.

Uma coisa é compreender a necessidade da encarnação do Verbo de Deus, para que através das palavras que são espírito e vida, possamos ser aperfeiçoados no amor. Outra coisa é se fixar no Jesus homem, temporal, histórico, ao ponto de mistificar cada um dos 33 anos que viveu como homem. Corre-se o risco de não reconhecê-lo como Deus eterno.

Passaram a chamar o Natal de "aniversário de Jesus". Esse é o perigo da alienação religiosa. Jesus homem viveu 33 anos, fim. Comemorar aniversário de Jesus, é não aceitá-lo como Deus. O Eterno não aniversaria. Tem cristãos propagando que Jesus está completando 2017 anos , veja que cegueira!

A morte Dele nos deu vida, por isso Ele mandou comemorar. Mas se fixar no Jesus histórico e achar que o Natal é o aniversário dele, é incoerente para quem se diz servo de um Deus eterno. É apenas mais uma baboseira de Constantino e da igreja que se corrompeu com ele e se tornou uma nova religião.

O natal é uma festa pagã? Bom, Jesus mandou comemorar a morte, ceando, porque é por meio dela que receberemos a Vida. Comemorar o nascimento é coisa da religião e a data nem coincide com o nascimento de Jesus. 


O nascimento de Jesus aconteceu entre Maio e Agosto, começando por aí. 

O que a História diz sobre os fatos? Por volta do dia 25 de Dezembro acontecia uma festa pagã em homenagem ao deus Sol e no século IV aproveitaram a data para oficializar o Natal. Não é bíblico e é resultado da corrupção da Igreja primitiva com a política romana. Ali nasceu o Cristianismo como religião e começou a ser deturpado o Evangelho como fé. 

Sobre comemorar o Natal hoje: O que eu acho é que se tornou uma questão cultural e que os cristãos elevam o pensamento à Cristo e a maioria é gente simples que não tem condições de discernir muitas coisas. Se há sinceridade de coração, mal não fazem em comemorar o Natal, nem congregar em templos que Cristo não mandou construir. O mal está em mistificar os lugares de reunião, ou se fixar tanto no Jesus homem, ao ponto de não conseguir entender que o Filho é figura para que o homem assimile o grau de amor na Redenção.

Ele é Deus e não nasceu e nem morreu porque é de eternidade à eternidade. Sabendo diferenciar o Jesus homem, temporal, nascido de Maria, gerado pelo Espírito, mas com trajetória e sequência de fatos na história até ascender aos céus e o Cristo que é o Alfa e o Ômega, princípio porque estava na criação e fim porque Reina para sempre, não há mal em comer junto, socializar, trocar lembranças, amigo oculto, nem participar dos eventos religiosos como cantatas, apresentações, corais, etc.

Eu monto árvore de Natal, faço tudo isso com minha família, preparo ceia, rabanada e tudo o que tenho direito, porque não cultuo o deus Sol, não cultuo Maria, não tenho nada a ver nem com religião e nem com a antiguidade e a origem das coisas. Sou serva de Cristo e Ele me faz verdadeiramente livre. Fazer ou não fazer é o de menos, precisamos apenas ter consciência da verdade.

Me importa saber que o amor encarnou e andou com os homens, cumpriu as escrituras e se fez o meu Mediador, Salvador e Senhor. Se está tudo consumado, já não há o menino Jesus e se não for pela oportunidade de comunhão com familiares e amigos, o Natal será só mais uma ocasião para confusões, gastos desnecessários, caridades hipócritas e culto à uma mentira, porque até a sua data é fictícia.

Estava sobre Ele o castigo que nos traz a paz da reconciliação com Deus, morremos sua morte pra vivermos sua vida. O símbolo dos cristãos é a Cruz e não a manjedoura. Antes de ser neste mundo, Ele era e será eternamente.


domingo, 3 de dezembro de 2017

Descanse em quem cuida de você.

Deus, que é amor e sabe o material de que fomos feitos, conhece nossa estrutura e sabe quando deve nos socorrer para que não sejamos tragados pela frieza e falta de fé. Ele nos socorrerá no devido tempo, para que não o conheçamos apenas de ouvir falar, mas como a um Pai que se relaciona com os filhos em amor.
Viveremos momentos de tristeza, inquietações, dores e desestabilizações, mas não perderemos a esperança em Cristo, pois as provações nos filhos, produzem sempre a perseverança, experiência e mais esperança.
Tão certo como vive o Senhor, cada dia trará o seu mal. E tão certo quanto as aflições chegarão, também nossa esperança nos manterá firmes, confiando em Cristo.
Não, eu não sei o que é bom para mim. Talvez o que eu chame de solução para meus problemas, me faça sucumbir no meio deles até perder as forças. Assim, esvazio-me da minha vontade e descanso em Deus, que me viu antes da fundação do mundo e sabe do que de fato preciso.

Tudo coopera pro nosso bem

Um servo diante de seu Senhor, não tem o poder de persuadí-lo à fazer sua vontade. Em se tratando da Soberania de um Deus que criou cada coisa com seu propósito e decretou desde a eternidade, o tempo certo para que cada coisa fosse consumada na história, é possível alcançar o grau de infantilidade estabelecida no meio cristão, onde se crê que uma oração tem poder de mudar os desígnios de um deus inseguro, que pra mudar o próximo capítulo da história de alguém, este alguém deve dar as coordenadas numa oração determinada.

Desperta, você que é Igreja! Não podemos mudar o que Deus estabeleceu desde os tempos eternos. Ele não lançará mão do que Ele mesmo designou. Sua vontade é imutável, tanto quanto Ele mesmo é imutável.

Humanizamos Deus e o diminuímos para que caiba em nossos conceitos, tornando-o tão medíocre quanto cada um de nós, que mudamos nossos desejos, conforme a oscilação das nossas próprias emoções. Buscamos algo hoje com tanto afinco e amanhã precisamos de uma outra motivação para continuar vivos. Hoje queremos o que amanhã repelimos.

O fato do homem querer, não faz com que Deus queira e não parte do homem a diretriz de como Deus vai governar a vida. Não é o homem quem escolhe o caminho por onde Deus deve conduzí-lo. Não existe Soberano que se sujeite ao servo.

O deus deste século, está disposto a se sujeitar à inconstância do homem que criou e obedecer ao servo, para não correr o risco de ser abandonado. Ver filhos frustrados, deve colocar este deus em crise existencial, por isso atende a todos os caprichos dos evangélicos mimados.

Pela linha religiosa, não vamos a lugar algum, antes retrocederemos até virar amebas cumpridoras de dogmas, rituais e estatutos humanos. O mais sábio é voltar à Bíblia e compreender que no chão da vida, nas contingências, percalços, insegurança dos problemas, dores e decepções, se cresce e se amadurece no crescimento em amor, fé e esperança.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Fujam destes

A igreja evangélica em sua grossa maioria (ainda existem algumas exceções), tem utilizado o nome de Jesus para atrair um povo que não busca exatamente o Evangelho, mas uma forma rápida e fácil de se estabelecer nesta vida, de se livrar dos problemas, de driblar a vulnerabilidade física e de subir o patamar da raça de privilegiados.
Assim, elegem para si líderes que massageiam o ego, enquanto as bênçãos de Deus viram moeda de troca, mediante a barganha, onde quem dá mais, tem muito mais chances de ser contemplado com um ato de misericórdia. Muito nojo, muita carnalidade em nome de Deus. Muito alimento podre, que ao passo que enchem o estômago, contaminam e adoecem todo o resto, afastando da verdade, àqueles que se dizem sacerdócio real.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

1º aninho




Bem mais precioso da minha vida. 
Amor que transborda e inunda meu ser. 
Já não lembro como era, nem como vivia
Simplesmente só fui plena, depois de você.

Eu te abraço ou você me envolve?
Sou eu que te beijo ou recebo calor?
Eu que me entrego ou você me devolve?
Na vida o que vale, é essa troca de amor!

De qualquer jeito eu sei que te amaria,
Mas te olhando lindo assim, eu nada mudo
Coisa tão rica, minha alegria, meu orgulho
Te amo tanto, te amo muito, te amo tudo!

Eu te sonhei e hoje sou realizada 
Sou grata à Deus por ter-me sido propício 
Pois você é o melhor do meu mundo 
Minha alegria tem nome e é Maurício.

Está feito!

Ou você é uma carta viva, ou não serve para testemunhar. Testemunho não é contar o antes e depois, porque se a Bíblia diz que você estava morto e agora vive, surpresa é você ter o contrário pra contar. Testemunhamos a quem pertencemos, sendo parecidos com Ele.
Ou você enxerga o mundo como um campo missionário, ou não serve pra evangelizar. Evangelizar não é fazer proselitismo religioso, nem campanha pra ocupar bancos e aumentar arrecadações. Evangelizar é contar para as pessoas o que JÁ foi feito por elas.
Ou você vê Cristo em seus pequeninos, ou não serve para contribuir com a Obra.Oferta verdadeira, foi feita por Deus em nosso favor, Dízimo verdadeiro, foi entregue por Cristo em nosso lugar. Cabe à nós amar e servir-nos uns aos outros.
Ou você entende quem é em Cristo, ou não serve pra ser Igreja. Se o próprio Deus escolheu habitar em Templos de carne, por que você torna mística a construção que serve como congregação? Ninguém foi chamado pra viver em função de templo, a Igreja foi chamada pra atuar na vida e no mundo.
As marionetes da religiosidade serão sempre conduzidos por um sistema que manipula a Palavra em seu próprio benefício. Mas aqueles a quem o Senhor chama, são livres para fazer a vontade do Senhor, porque antes de tudo, Evangelho é a Boa Nova de Salvação, está consumado de uma vez por todas!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Dízimo de Abraão, da Lei e das Igrejas

Pra começar este assunto polêmico, já digo que não estou em nenhum rol de membros institucional por opção e por amor à minha liberdade de pensar e discernir a revelação bíblica, sem correr o risco de afrontar ninguém em seu ambiente de culto. Assim, não pertenço à organização nenhuma, me contento em ser só de Cristo mesmo.

O assunto "dízimo", que divide grande parte dos evangélicos, confusos entre o que a Bíblia revela e o que se prega nos púlpitos, vejo que a maioria ainda opta em continuar separando mensalmente 10% de seus rendimentos, como forma de se proteger do tal devorador, da maldição e do terrível pecado de roubar a Deus. Veremos sobre a Lei do dízimo daqui a pouco.

Primeiramente, quero falar um pouco à partir do livro de Hebreus, que menciona Abraão e Melquisedeque, Rei e Sacerdote que recebe depois de uma guerra, uma oferenda à Deus, contendo a dízima de todos os despojos. Segundo o escritor de Hebreus, Melquisedeque simbolizava o sacerdócio eterno, maior do que o sacerdócio temporal que Abraão trazia nos lombos, pois dele nasceria a nação de Israel. Quem recebeu, é maior do que o que fez a oferenda. Ou seja, a Ordem de Melquisedeque, eterna e atemporal, representava o sacerdócio eterno de Cristo, maior que a Ordem de Aarão, que mais tarde recebeu a Lei para o povo de Israel, uma ordem temporal e imperfeita, que apontava para o que mais tarde se revelaria por meio de Jesus encarnado.

Os despojos, eram tudo o que restavam das guerras, uma espécie de prêmio para quem vencia. Não apenas bens materiais, mas também as ruínas e os corpos e escravos daqueles povos.

Colossenses 2:15, menciona a guerra espiritual vencida por Cristo na Cruz, onde ele prega na Cruz o escrito de nossas dívidas. Humilha o príncipe deste mundo e toma dele os despojos, ou seja, os reinos que ele ofereceu a Jesus no deserto e os que antes estavam mortos em seus delitos e pecados, escravos de si mesmos, transportando-os para seu Reino de amor, religando-os de volta para Deus. Ou seja, Dízimo perfeito, foi Jesus quem realizou de uma vez por todas. O Sumo-sacerdote eterno, segundo a Ordem de Melquisedeque, conquistou para Deus um sacerdócio real, povo exclusivo seu, agora livres. Para trás ficou a Ordem de Aarão, com sua Lei que jamais justificou alguém, mas revelou as misérias humanas e apontou para a necessidade do Salvador. 

Colossenses 2:16, revela que o Velho Testamento é sombra, revelada pela Luz do mundo, Jesus. Nada mais está encoberto, está consumado. Novo sacerdócio, novas Leis. Ou seja, o episódio onde Abraão oferece à Melquisedeque o dízimo dos despojos, apontavam para Cristo vitorioso, entregando para Deus o seu povo, Reis e Sacerdotes segundo a Ordem de Melquisedeque. Compreendido o dízimo de Abraão? Alguma associação com os dízimos mensais das igrejas, onde o membros separa a décima parte de seus rendimentos? Nenhuma, até porque, se a Igreja necessitasse deste ritual, o dízimo de Cristo não teria sido perfeito.

Agora vamos ao dízimo da Lei, que nada mais é do que um princípio de igualdade social, onde quem tinha terras e produzia, separava uma porcentagem e entregava à quem não tinha de onde tirar o sustento: Sacerdotes, Levitas, órfãos, viúvas, estrangeiros... todos aquele que não tinha direito à terra, recebia e consumia os mantimentos que enchiam as dispensas do Tabernáculo, depois do Templo. Era anual, era comida, era a providência de Deus para que houvesse igualdade.

Só os Levitas tinham autorização para receber dízimos e repassar esta comida aos necessitados. Pois bem, fica muito fácil entender agora porque Jesus não mandou a Igreja continuar dizimando. Era Lei e como Lei, revelou a miséria dos sacerdotes que roubavam a Deus, negligenciando no real sentido do dízimo, que era suprir. Tomavam os dízimos e as ofertas, mas completamente divorciados de Deus e de Sua vontade, tratavam com desprezo os necessitados.

“Os seus sacerdotes transgridem a Minha lei, e profanam as Minhas cousas santas; entre o santo e o profano não fazem diferença; nem discernem o impuro do puro; e de Meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles. Os seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa, para derramarem o sangue, para destruírem as almas, para seguirem a avareza. E os seus profetas têm feito para eles reboco de cal não adubada, vendo vaidade, e predizendo-lhes mentira, dizendo: Assim diz o Senhor Jeová; sem que o Senhor tivesse falado. Ao povo da terra oprimem gravemente, e andam roubando, e fazem violência ao aflito e ao necessitado, e ao estrangeiro oprimem sem razão.” Ezequiel 22:26-29.

Alguma relação com o dízimo pregado nos púlpitos? Alguma associação com o salário mensal dos fiéis? Nenhuma.

Outro dia postei a seguinte frase: "Nunca assisti nenhuma pregação honesta com relação ao dízimo. " E nenhum dos meus seguidores ousou me apoiar com sua "curtida". Pudera, com tantas ameaças de maldições, distorções e domínio de consciências por meio do medo, poucos se sentem à vontade para divergir dos líderes religiosos. Preferem acatar.

Não que eu seja contra que as pessoas que usufruem do prédio e da comodidade de suas dependências, sustentem as despesas dele. Sou contra a distorção da Palavra e da escravização dos que Jesus libertou. Se o dízimo nunca foi dinheiro, por que chamar as contribuições de dízimos? Por que mistificar as contribuições e forçar para que elas sejam mensais? Seria mais honesto e cristão, ensinar o amor às vidas que se beneficiam da instituição e a responsabilidade de cada um deles em manter as portas abertas. Contribuiriam com alegria e não pelo sentido de obrigação de cumprir um dever.

Enfim, aos que já se libertaram das distorções religiosas, cada vez que você se deparar com alguém em alguma situação de necessidade, se alegre em poder ajudar. Melhor é dar que receber, não é? Deus te deu esta condição e fazer o bem é gratificante pra qualquer pessoa, muito mais quando temos a consciência de que é Jesus na pele destes pequeninos. Isto fará muito mais sentido do que pagar contas de água, luz e telefone de uma empresa religiosa ensimesmada e mentirosa.

E cada vez que algum líder distorcer a Palavra para lançar peso sobre o dorso de seus membros, lembre que a Graça é leveza e suavidade. A religião será sempre acusadora e castradora da liberdade, mas Jesus oferece alforria.

Seja o dízimo de Abraão ou o dízimo da Lei mosaica, nada pode legitimar o dízimo das igrejas evangélicas que tem raiz no medo de faltar recursos para pagar contas e salários. Ou seja, falta de fé de que o Senhor da Obra a manterá funcionando.

No mais, voto que as contribuições (que não são pecado) sejam chamadas de contribuição mesmo, porque Oferta eficaz foi oferecida por Cristo em nosso lugar e Dízimo Perfeito, foi oferecido por Cristo após consumar a Redenção. Tudo o que veio depois, é usurpação dos méritos de Cristo e isto é um erro muito grande e de consequências eternas. É impossível ser menino e adulto ao mesmo tempo. Viver a Lei e a Graça ao mesmo tempo, Quem escolhe cumprir a Lei, confiando em seus próprios méritos, rejeitou o sacrifício de Jesus e nada entendeu sobre a Cruz.

Ora, muitas pessoas nunca tiveram oportunidade de serem ensinadas e outras, mesmo ouvindo não discernem espiritualmente as coisas espirituais. Mas a Bíblia é uma mensagem global onde tudo se encaixa perfeitamente. Leitura de versículos isolados, com interpretações obscuras são carnalidades que se cometem em nome de Deus. Enquanto isso, o rebanho de tolos vive uma vida de repetições de rituais vazios e cumprindo suas tradições religiosas, sem entender nada do que professam como fé. Permanecem na sombra, tendo já a Luz do mundo revelado todas as coisas.


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Cantiga de vó







Desde o dia natalício
muitos fogos de artifício
todo momento é propício
meu completo benefício
sim, valeu o sacrifício
hoje, de dor, nem resquício
você tornou-se meu vício
estar contigo, prazer vitalício
meu sempre amado, Maurício!

Liga não, a vó fica boba de tanto amor
Valeu cada dor, cada angústia, cada medo
Pra te ter perfeito nos braços
nos mil beijos e abraços
nas canções, entre os brinquedos

Meu tesouro de raro valor,
minha criança querida
meu sonho realizado
quero estar ao seu lado
pra sempre, por toda a vida

* Maurício foi gerado num ambiente instável, por uma mãe portadora de uma síndrome rara, correndo vários riscos, entre incertezas e inseguranças... enfim, é um guerreiro, um vencedor e nasceu para iluminar nossas vidas, trazendo cura, alegria e esperança.



sábado, 7 de outubro de 2017

Humanidade

Como as parábolas de Jesus, que revelavam as coisas espirituais fazendo alusões com coisas e situações do cotidiano dos ouvintes, creio que em toda a Bíblia, Deus usa de linguagem metafórica para revelar o Evangelho e apontar para Cristo. Não diferente disto, leio a narrativa da criação, como se estivesse ouvindo uma poesia cheia de figuras com mensagens claras sobre a humanidade e não apenas literalmente sobre o que aconteceu com Adão e Eva.

Vejo sim um menino empolgado escolhendo nomes para os animais e conversando com Deus como um amigo íntimo. Vejo-o entristecer por causa da solidão como quem entra na adolescência com suas crises existenciais. Vejo-o tão apaixonado, que prefere fazer a vontade da mulher do que obedecer à Lei que recebeu. Vejo-o na idade da rebeldia, perder a inocência diante da árvore do conhecimento do bem e do mal, onde pretendeu ser igual à Deus, negando-lhe o centro de sua vida. Vejo-o envergonhado por se enxergar nú, como quem reconhece que nada é seu. Vejo-o acusando a mulher, como quem tenta se esquivar das responsabilidades de ser quem é. Escondido como quem deve, amedrontado pela certeza de ter consequências à colher, resignado com a sentença de perder os privilégios, imerso na condição de pecador para sempre. Nada diferente de cada um de nós, que em certa fase da vida também se rebela, escolhe e colhe as consequências do que plantou. 

Cada um de nós é tentado pela própria concupiscência. O que nos seduz, está fincado na nossa carne como o espinho que Paulo descreveu e milita contra nosso espírito.

O trabalho da "Serpente" não foi outro, senão despertar no homem, sua cobiça, sua concupiscência, seu ego. O que nos seduz, é algo que já está estabelecido pelos nossos desejos mais íntimos. O mal se apresenta com a aparência de bem, mas é sempre um desastre. 

Pois bem. Já li e ouvi inúmeras pregações à respeito da queda humana, sempre muito superficiais. Fica sempre no ar, um quê de injustiça, pois a humanidade herdou tudo o que há de mal, à partir da rebeldia de dois adolescentes que não sabiam discernir por não terem experiência alguma e uma figura astuta passou-lhes a perna (por isso as perdeu haha).

Mas se formos um pouco mais atentos para o fato de que o mal já havia (lembram da Árvore do conhecimento do bem e do mal?) e que a Serpente foi certeira ao seduzir o casal, dizendo que eles seriam iguais à Deus, constataremos que a arrogância foi tamanha, quando as criaturas desejaram usurpar um atributo que pertencia ao Criador. E uma ofensa à um ser Eterno, tem no mínimo consequências eternas.

Conhecedor de todas as coisas (lembram que a redenção estava em seus planos antes da fundação do mundo?) a pergunta "Onde estás?", serviu para que o homem se enxergasse longe da vontade de Deus. Cada vez que um homem se afasta do centro da vontade de Deus, esta pergunta lateja em sua consciência e por isso todos são inescusáveis (Rom 1:20). Obviamente Deus sabe onde cada um de nós está, mas nossa resposta, pode ser um despertamento para arrependimento.

A parte mais bonita que vejo nesta narrativa, é o gesto de amor que Deus tem, quando providencia-lhes vestes que cubram sua vergonha. Porque isto acontece após o homem reconhecer sua nudez e recebe perdão através do sacrifício de sangue. Apesar do casal colher as consequências de seu erro, vejo que o amor de Deus é o mesmo, cobrindo-lhes de misericórdia.

Para mim, apesar do pecado ter entrado no mundo por meio de um, cada homem responde por si. Todos nascemos com esta terrível tendência à escolher nossa própria vontade, em detrimento à vontade de Deus. E o auto domínio só é possível por meio da mortificação do ego. O negar-se tão aconselhado por Jesus.

Não sei se Adão tinha umbigo (:P) mas com certeza foi egocêntrico. E o homem que se coloca no centro e vê a vida a partir do próprio umbigo, é incapaz de viver o amor, que não visa o próprio bem, mas se manifesta sempre na direção do outro.

Não, não consigo crer que tenha acontecido algo que tenha fugido do controle de Deus. Aconteceu justamente o que deveria acontecer, para que o homem se enxergasse como é e entendesse sua dependência do cuidado, misericórdia e amor o tempo todo. Assim como a Lei veio depois mostrando que não havia um justo sequer, para revelar a necessidade do Salvador mediando a nossa causa.

Tudo perfeito, tudo fazendo parte do plano eterno da Salvação. As sementes morrem para que a vida ressurja nas árvores e possam frutificar, plenas. Somos as sementes do que seremos na eternidade.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

A grande capa

Não foi intencional, mas certo dia a mulher do espelho enxergou-se vestida com uma grande capa que de certa forma a isolou de conviver com outras pessoas e suas ameaças. Vestida assim, deixava de se expor, deixava de ser julgada, deixava inclusive de ser mulher, tornava-se praticamente invisível no meio das multidões.

Tantos anos se passaram e finalmente ela despertou para uma realidade. Quem de fato se esconde lá dentro daquele grande volume? No âmago dessa criatura, o que de fato é uma grande crosta de coisas adquiridas e o que faz parte do ser. Dizia ela: "Quem sou eu e quem é o "si mesmo" de quem preciso me livrar?"

Desde a tenra idade não se encaixou. Sempre foi a estranha, a ruim, a feia, a agressiva, a grossa, a apagada, a tímida, a chata, a infantilizada demais. Sequer sabia que qualidades tinha, porque não lembrava de ter sido elogiada alguma vez. Era sempre a causa das brigas e a culpada dos desentendimentos. Foi treinada pra ter a autoestima adoecida, criada pra não ver valor em si mesma. Funcionou... cresceu sem entender o mundo e sem ser entendida por ele.




Nada naquela criatura estranha acontecia no tempo certo, dentro dos padrões ou aprovado pelas convenções sociais. Dava vasão à todos os seus impulsos e não tinha muito senso de responsabilidade. Parecia nunca se culpar de nada e se permitir de tudo, mas no fundo tinha o sonho de ser aceita em algum momento.

Não que ela não tentasse dar certo, sim tentava. Mas sabe-se lá porquê, ficaram pelo caminho uma infinidade de sonhos e carregados pela enxurrada das circunstâncias, lá se foram as suas esperanças de ter uma vida próxima do comum.

E hoje, diante do espelho, finalmente percebeu que essa grande capa, é um peso desnecessário para levar nos lombos. Chama a atenção mas não por aprovação, mas por estar completamente fora do que é aceitável. O peso do olhar de pena de alguns e o desprezo de outros... ela já não se lembra por que deixou-se vestir assim.

O si mesmo, é tudo aquilo o que fomos adquirindo durante a trajetória, mas que não faz parte do conjunto que forma o verdadeiro eu. É formado de amarguras, traumas, respostas de carência, marcas de violência, conceitos adquiridos, manipulação, herança dos outros. É preciso identificar o verdadeiro eu, debaixo dessa grande crosta, essa imensa capa que é o si mesmo. Arrancar tudo isso dói, mas é preciso para liberar o âmago, o ser, o verdadeiro valor de ser quem é.

Todo o mal que nos fazem, só pode atingir essa crosta, o si mesmo, jamais o eu que está protegido no âmago. E hoje diante do espelho, a mulher decide se despir de uma vez por todas. Esta criatura cheia de marcas vai finalmente se permitir ser quem é. Recomeçar não é nada fácil, mas tudo depende de uma decisão. 

Livrar-se-á da velha crosta repugnante e será uma alma coberta apenas de verdades.
Despir-se-á da capa adiposa e finalmente se permitirá novos olhares.
Chega de carregar tanto peso desnecessário!

terça-feira, 13 de junho de 2017

Jugo desigual

2 Coríntios 6:14: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?"

Na mentalidade evangélica, estar em jugo desigual é aceitar um casamento misto de religiões ou falta de conversão à fé evangélica por um dos cônjuges. Isto, porque para alguns, "cristão" não é questão de ser, mas de estar arrolado no rol de membros de uma instituição, participando da comunidade local. Por este prisma, todos que estão do lado de dentro, estão aptos a se tornarem candidatos ao matrimônio e os que estão desconectados com a religião, são classificados como incrédulos.

Graças a Deus que enxerga o coração e não pede à ninguém informações a respeito de ninguém. À todos conhece intimamente, dentro ou fora de qualquer endereço.

O jugo é uma peça feita de madeira que é utilizada para unir dois bois, para que andem no mesmo compasso enquanto puxam um arado ou uma carroça. O que Paulo está dizendo, é que no casamento, ambos devem estar sintonizados com os mesmos princípios, valores e disposição para se dedicarem a tarefa de viver bem juntos, cada um cumprindo sua parte, para que estejam alinhados na função de administrar o lar e educar os filhos.

Segundo ele, o marido deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja e a esposa deve ser submissa ao marido, ou seja, estar sob a mesma missão do marido. No frigir dos ovos, tudo significa domar o ego para conseguir se doar. Tanto o marido que se doa para a esposa no exercício do amor, quanto a esposa que abre mão de atender à si mesmo, para estar sob a mesma missão do marido, estão se negando para amar.

Jugo desigual neste contexto, é o casal que não prioriza um ao outro, assim, consequentemente, uma das partes acaba não sendo leal, ou fiel, ou companheira, ou doadora, ou responsável, ou equilibrada. E o casamento desanda, porque não conseguem caminhar juntos, um auxiliando e guiando o outro, mas seguem num jugo desigual.

Dificilmente um casal ficará junto, se um se doa e o outro só recebe. Se um dá o sangue e o outro é o sangue-suga. Se um investe tudo e o outro só pensa em se beneficiar. Dificilmente experimentarão a sensação de bem estar juntos, se entraram nesta jornada pensando em conquistar a própria felicidade. O marido deve amar a esposa (priorizá-la, servi-la, doar-se à ela) e a esposa deve ser submissa ao marido (priorizá-lo, servi-lo, doar-se à ele) completando-se mutuamente, cada um cumprindo suas tarefas dentro do lar. Um buscando fazer O OUTRO feliz.

Nada disso tem a ver com religião, mas com uma postura na vida, uma decisão consciente e escolhas pautadas no amor. Nada disso tem a ver com uma das partes ser evangélica e a outra não, pois o que somos intimamente não está diretamente associado com o frequentar uma denominação religiosa. 

Existem casais dentro de instituições que não se respeitam, não se ajudam, não se amam. Existem maridos dentro de igrejas, que entendem que submissão é ser capacho e que amar é bater ponto na cama. Existem esposas que se tornam verdadeiras songamongas em troca de provisão. Casamentos de fachada que duram uma vida, mas são jugos desiguais.

E existem casais mistos na fé, mas que marido e esposa conseguem estar sintonizados, se amando e vivendo em perfeita união. Questão de ir se adaptando, corrigindo e revendo os passos, enquanto seguem juntos, na tarefa árdua que é viver sob o mesmo teto.

Incrédulo é todo aquele que não creu nas palavras de Jesus, que são espírito e vida e portanto não aprenderam a amar. Estes, ainda que estejam praticando os ritos com suas máscaras e carrancas farisaicas, ainda não se livraram das trevas e não refletem a luz de Cristo. Portanto, fazem de seus casamentos, extensão de sua hipocrisia religiosa, entendendo que nada tem a ver com os conselhos de Paulo.

Jugo desigual é quando o amor não se nivela e portanto não há cooperação. Fatalmente o ambiente se tornará um campo de guerra ou de frustração.

2 Coríntios 6:14: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?"

Ambos cumprem seus deveres, obrigações e gozam de seus direitos? O Jugo está bem ajustado, porque o amor é prática. Caso contrário, jugo desigual, fracasso e infelicidade, porque o ego tem o poder de destruir tudo.


segunda-feira, 12 de junho de 2017

Batizado do Maurício




Meu neto batizou ontem e postei as fotos do evento religioso no Facebook, já esperando que meus amigos evangélicos rejeitariam a publicação. Dito e feito. Compartilhei na minha página e quem curtiu e comentou, foram os conhecidos da família materna do Maurício e alguns parentes meus. Mas os religiosos evangélicos da minha rede social, não se manifestaram e com isto fica muito claro que associam o "curtir" à uma aprovação ao rito em si.

Sou cristã com toda a convicção e religião por religião, não gosto de nenhuma. 
Jesus no oitavo dia de vida, foi levado ao Templo para circuncidar, como era o costume judaico. Nunca vi nenhum católico ou evangélico fazer isto, por motivos óbvios: o costume religioso era para o povo Hebreu, de acordo com a Lei de Moisés. Então, tanto faz se alguém joga água na cabeça ou levanta a criança para orar. O símbolo do rito, seja no batizado ou apresentação da criança, é introduzir a criança na fé cristã. É o compromisso da família em ensinar as primeiras lições da vida, com princípios e valores cristãos. 

O que chama minha atenção, é que na tentativa de "agradar" a Deus participando ou não de algo, as pessoas acham normal essa segregação onde o que fica evidente para mim, é a falta de amor e tolerância. Enxergam tudo como pecado e não conseguem ver Deus uns nos outros.

Se um grupo ou outro se enxerga como "o correto", não aprenderam isto de Cristo, que veio ensinar um modo de vida e não criar uma nova religião. Combateu a tradição com todas as forças e jamais ordenou que se criassem outras. Sua única ordenança, foi que nos amássemos uns aos outros, como Ele mesmo amou. Se entendemos tudo errado, foi por nossa conta mesmo, repassando ensinamentos tortos de geração em geração. Se há erros de interpretação aqui, também há alí, portanto, todos carecemos da mesma Graça e Mediação de Cristo.

Da minha parte, desde que me vi livre de religiosidades e tradições, comprometo-me a estar onde haja amor. Estou nas causas onde o bem se manifesta, estou nos convites da alegria, das celebrações, dos sorrisos, da gratidão, seja num lar, num ambiente religioso ou onde mais o amor se manifestar, na comunhão da mesa e do abraço.

Prestei atenção em cada simbologia e explicação do padre que realizou o batizado e me emocionei. Fiz intimamente meu compromisso de ensinar ao meu neto sobre Cristo e sobre o amor.

O preconceito rouba momentos de nossas vidas que podem ser muito bonitos. E exclui pessoas que poderiam ser tão irmãos quanto os que congregam conosco. Graças a Deus podemos elevar à Ele esta oração: "Que a vida do Maurício seja pautada no teu Evangelho, para que ele cresça te amando, servindo e glorificando Teu Nome com a vida, Amém!"

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Para eles





Se o coração fosse terra e as lembranças sementes,
semearia cada uma, para que pudessem renascer
recriar, reviver, tempos que não voltam mais...

Seria menina de novo, teria os dois novamente
alegremente relembraria a sensação de crescer,
cuidada e protegida, pelo amor dos meus pais...

Mas como não é possível reviver isso aqui,
meus dias seguirão incrustados de saudade
Por enquanto o amor que dei e recebi,
fará o elo entre o tempo e a eternidade.

Um dia, pai e mãe, hei de estar com vocês
essa dor que agora sinto, há de ter fim.
E sem a pressa entre o tempo e espaço, outra vez
terei a alegria de tê-los pertinho de mim.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Videira Verdadeira




A religião ensina uma cartilha a ser cumprida, ordem nos ritos, lista de afazeres, hierarquia a ser obedecida, um estatuto a ser observado, uma carga pesada e cruel nos lombos de quem deseja "fazer a vontade de Deus" e acaba novamente escravizado aos caprichos e vaidades humanas. Uma sucessão de erros, culpas e castrações, para no final gerar frustrações nos deslizes inevitáveis.

Jesus não usa a metáfora de uma fábrica ou da marcenaria de José, onde se segue uma cartilha, desde cortar e lixar a madeira, até ter nas mãos um móvel. Quando fala de obra do oleiro, do ourives, do agricultor, etc. Está sempre referindo-se ao próprio Deus, quem trabalha ainda hoje por cada um de nós.

Ele se põe como a própria Videira verdadeira, onde a responsabilidade de levar a seiva aos ramos, fazendo-os frutificar, é Dele mesmo. É Ele a Raiz santíssima, responsável por nutrir os ramos, para que não sejam apenas caules pendurados, porem inúteis, mas que venham a ter plena conexão com sua essência amorosa, porque só assim serão capazes de dar frutos.

No texto de João 15, de 1 a 8 Ele ensina a permanecer na Videira e de 9 à 17, Ele explica que isto é permanecer na Sua Palavra, no Seu Amor. Estar conectado em Cristo, é ter a mesma essência que Ele. É praticar sua Palavra, que é espírito e vida. É amar como consequência natural por estar enxertado Nele.

Não há metodologia para dar crescimento à Igreja. Não há estratégia, não há trabalho exaustivo, não há busca sem fim, nem sacrifícios a fazer. O que faz uma Igreja frutífera, é a verdadeira conexão com Cristo. É estar na Videira, é receber Dele a pura seiva, a essência amorosa. Isto é permanecer no Evangelho. Jardim e não máquina. Videira e não indústria.

Ramos adoecidos, secos, desconectados, infrutíferos são cortados, não servem para nada. Ainda que dêem o sangue à religião, permanecem completamente inúteis ao Reino de Deus.

O Agricultor continua trabalhando nestes ramos adoecidos, para que restabeleçam a conexão com Cristo. O Senhor disciplina ao que ama. Existirão situações que Deus permitirá na existência, para que haja cura de alguns, mas que no final, cortará outros que permanecem obstinados. A disciplina produz frutos de Justiça nos filhos e morte nos ramos que estão, mas não são.

A Glória de Deus é manifesta ao mundo, através dos frutos dos filhos, que estão em Cristo. Glorificamos a Deus com a vida, quando produzimos obras de Justiça, como aprendemos Dele.

É Dele todo o trabalho, só precisamos aprender a não querer mais a nossa vontade, que procede de um coração enganoso, pois enxertados em Cristo, passamos a querer o que Ele quer. Assim, seremos testemunhas públicas, cartas vivas e Evangelho nos encontros uns com os outros.


sábado, 29 de abril de 2017

O mundo odeia o Evangelho

A mensagem do Evangelho é algo que o mundo odeia. Cristo na Cruz, é a Boa Nova de que o preço foi pago, mas antes disto, é a constatação de nossa impotência, de nossa miséria, de nossa culpa, de nossos pecados, de nossa incapacidade de salvar-nos à nós mesmos.
Ao olhar para Cristo crucificado, o orgulho precisa ser dissipado e isto é algo que a maioria dos homens não desejam fazer. É comum nos vangloriarmos em nós mesmos, é corriqueiro nos supervalorizarmos, exaltar o que julgamos nos sobressair com relação aos outros, queremos ser reconhecidos por nossos méritos, queremos que todos saibam de nosso valor.
O Evangelho não diminui o homem, mas o coloca em seu devido lugar. Quando compreendemos que estávamos em situação de morte e que ao crer recebemos vida, fazemos contato com a miséria que éramos. Sem Jesus, estaríamos pra sempre separados do nosso Pai Eterno, pois não havia um justo sequer.
Mas Graças à Deus, que nos dá a vitória em CRISTO JESUS!

Vida de evangélico é uma beleza, a de discípulos, nem tanto.

O Evangelho é a mensagem de Deus encarnado, Jesus é o Verbo que se manifestou em carne ao mundo, para que por sua Luz, enxergássemos nossa verdadeira condição e entendêssemos que por meio Dele, fomos resgatados para uma nova vida e uma nova esperança.
Se o Senhor foi rejeitado e perseguido, porque seus servos não seriam? Se o mundo nos odeia, primeiro odiou ao nosso Senhor.
Paulo nos ensina como suportar tais percalços:
“Agora eu vou para Jerusalém, obedecendo ao Espírito Santo, sem saber o que vai me acontecer lá. Sei somente que em todas as cidades o Espírito Santo tem me avisado que prisões e sofrimentos estão me esperando. Mas eu não dou valor à minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus.” (Atos 20. 22-24)

Então, este evangelho simpático, que promete o céu na Terra, isenta o homem de problemas e os coloca num patamar de superioridade com relação à todo o resto, é uma mentira e um caminho muito perigoso.
Quem de fato prega o Evangelho, é convidado a se negar diariamente, à sofrer perseguições e à passar por muito sofrimento e muitas aflições, porque fomos contemplados não apenas com a salvação, mas com a honra de padecer por Cristo.
Cristãos verdadeiros, são perseguidos e ridicularizados até por cristãos iludidos por falsas doutrinas. Falar de amor, de perdão, de reconciliação, de liberdade com responsabilidade, dos frutos do Espírito, provoca comichões nos ouvidos. O que as pessoas querem ouvir, são palavras que alimentem o ego e satisfaçam o ventre.
Paulo diz à Timóteo: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus, serão perseguidos." 2 Tim 3:12

Conceitos: Fé, Igreja, Santidade, Oração

Fé cristã: A fé não te foi dada como instrumento para você conseguir coisas, foi dada para que você não duvide do que já recebeu de Deus. Fé não é auto ajuda, é lente.

Oração: Oração não é instrumento para mover a mão de Deus, nem para convencê-lo a fazer algo que você deseja. É a confissão de que dependemos de Deus e esperamos Nele. É o reconhecimento de que somos impotentes e Ele pode todas as coisas. Oro, mas não para pedir o que quero, porque maior do que o que eu quero, é o que eu preciso. E Deus já me deu o que preciso... Jesus.
E quando entendi isso, ganhei uma vida abundante!

Igreja: Ninguém sai da Igreja, a não ser que saia de si, porque Igreja não é lugar, mas consciência pautada no ensinamento de Cristo. Tem gente que não perde um evento religioso e está fora do Corpo, tem gente que está em Cristo, seja em que endereço for. Você pode apelidar o prédio como quiser, mistificá-lo, mas só deixará de ser hipócrita quando entender isso. Porque adotar um estereótipo da porta pra dentro é pra qualquer um, mas a diferença se faz é na vida do teu próximo.

Santidade: O Senhor, viveu no ambiente secular, intervindo na angústia, dor, doença, e nas causas humanas. Isto é ser santo, praticar a misericórdia em meio à miséria, ser disponível e atento ás necessidades do outro, ser separado para o uso de Deus. Devemos ser assim, santos como ele. Aos que vivem aprisionados na religiosidade, cegos às necessidades do próximo, negligentes no amor, na justiça e na misericórdia, ele chamou de hipócritas.

Calvinismo e Arminianismo

Houve um período na minha vida em que gostava muito de discutir assuntos apologéticos em fóruns. Vi inúmeras discussões intermináveis sobre estas duas vertentes, onde todos tinham base bíblica e ninguém concluía nada, afinal esta discussão tem mais de 400 anos e não seremos eu e você que vamos colocar um ponto final nela. Exponho aqui o que entendo à respeito, para que você medite...

A diferença entre as duas vertentes, é que os arminianos olham a vida a partir do tempo e espaço humanos, assim todas as escolhas nos cabem. E os calvinistas, defendem uma linha a partir da eternidade, onde tudo subsiste em Deus, que sabe tudo que houve, há e haverá desde sempre e portanto, tem o domínio dos que são e dos que não são por presciência. 

Uma coisa entendi: não preciso escolher nenhuma linha de pensamento, até porque entendo que tanto uma quanto a outra tem coerência bíblica, mas também tem falhas. Assim, entendo que sou Dele desde antes da fundação do mundo e concretizo meus atos de fé dentro do tempo em que estou inserida, conforme a Graça vai me conduzindo. Por este prisma, embora eu tenha escolhido me render dentro da história, fui escolhida desde a eternidade.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Testemunhando sobre o que recebi

Há vinte e quatro anos tomei a decisão de não ser a dona da minha vida. Na verdade eu nunca fui, mas não sabia disso e enquanto tomava as decisões erradas e colhia consequências dolorosas, admiti minha incapacidade e num certo dia me rendi à Cristo, no chão da cozinha da minha casa, sem apelo, sem música de fundo, sem líder persuadindo, sem bagagem religiosa. Apenas o reconhecimento da minha miséria e Deus me resgatando para uma consciência pautada no Evangelho.

Depois disso, achei que deveria conhecer a Palavra e a amei. Achei que deveria conhecer as denominações evangélicas e aprendi alguns parâmetros, conheci algumas mentalidades, conceitos, fiz parte de liturgias, rituais,  assumi responsabilidades com a religião, contribuí com o que tenho e sou durante pelo menos vinte anos. Sempre fui muito interessada em estudar a fé cristã e cumpri todos os anos de uma caminhada em busca da sã doutrina.

Deus me deu oportunidade de caminhar junto com pentecostais, neopentecostais, tradicionais, reformados... enfim, entendo hoje que eu precisava fazer parte desses grupos, para falar deles com propriedade. Foram muitas situações que contribuíram para que eu fosse moldada e me tornasse quem sou hoje. Até que um dia entendi que fui chamada para assumir uma postura na vida, independente desses conceitos aprendidos em instituições, empresas religiosas, pois o que se tornou fonte para mim, foi a própria Palavra de Deus.

Para as pessoas que ainda estão limitadas ao que aprenderam de outros homens, sou um tipo de crente desviado, pra outros sou rebelde ou guardo rancores que me deixam estagnada. Mas aos meus olhos sou alguém resgatado do império das trevas, para me submeter apenas à Cristo, meu único Pastor e Senhor da minha vida.

Nasci para desconstruir os enxertos da religiosidade que leveda toda a massa e resgatar a pureza do Evangelho de Cristo, que nos deixa livres para ir por onde o Vento do Espírito nos conduz, levando espírito e vida que são os ensinamentos de Cristo às pessoas, conscientizando-as de que são elas a Igreja onde Deus habita e não aqueles endereços mistificados.

Templo para mim é Cristo, porque foi Nele que Deus reconciliou o mundo no único culto aceitável à Ele. Neste templo eu vivo todos os dias da minha vida, da hora que acordo até a hora que durmo, sem interrupção e integralmente. Sou serva que trabalha por esta causa, Evangelho é a razão da minha existência. Não como um discurso aprendido e repetido, mas como carta viva, que caminha e frutifica, como organismo vivo que é. Por isso fomos chamados Corpo de Cristo. Nos movimentamos pela vida, sendo luzeiros que o refletem na vida uns dos outros.

Não é possível desconstruir conceitos religiosos, fazendo parte da religiosidade, por isso saí. Os traumas, dores e decepções que assolaram minha alma, não foram mais que instrumentos necessários para me aperfeiçoar nesta convicção.

Amigos que fiz e faço pelo caminho, são meu suporte, comunhão é o que tenho no abraço e na mesa, quando abro minha casa e meu coração ou quando alguém faz o mesmo por mim. Não tenho o nome arrolado em rol nenhum pois me basta tê-lo no Livro da Vida.

Estou vazia de ilusões a meu respeito e descanso nos méritos de Cristo. Sei que Ele é meu sustento, minha companhia e meu alvo até o fim. E depois do fim, meu descanso eterno.

Sou feliz assim. Minha vida, casa e coração sempre estarão abertos para quem tiver interesse em caminhar comigo. Mas não me sinto obrigada a fazer esforço algum para ser aceita, ou para concordarem comigo. Apenas falo e até hoje não encontrei quem me refute com coerência. Não há nada mais prazeroso do que sentir a aprovação de Deus. Nada na minha vida ficou sem resposta ou sem que no final eu tenha compreendido sua necessidade, mesmo os percalços, contingências e adversidades.

Que ninguém espere de mim, nada que o próprio Deus não trate comigo, pois com esta serva, Ele não manda recado. Tudo o que fiz, faço e farei, é com muita convicção e com paz na alma. Não sou persuasível e nem respondo bem à pressão. 

Quem me tornei dependeu unicamente da Graça de Deus, pois não precisei da estrutura religiosa nem para a conversão e nem para aprender o que aprendi. Comigo foi assim, sou fruto que nasceu da vontade de Deus e é sobre a minha consciência que responderei diante Dele.

Lembram de Marta e Maria? Sim, Deus me deu uma vida propícia à sentar-me diante de Cristo para ouvir Dele e é com esta sede e fome do Evangelho que consumarei os meus dias.

Jesus é meu tudo e minha suficiência.


segunda-feira, 10 de abril de 2017

A morte





A morte não me causa medo. A vejo como a transição necessária para que se consumem as promessas de Deus, de que ainda que morramos, viveremos novamente, sem dor, sem sofrimento, sem a angústia de vencer o mal de cada dia. Quem se firma nesta fé, não se desespera com a finitude do corpo, pois a essência do ente amado que se separa de nós, está preservada com o Autor da vida.


Ver um ente amado respirando com a ajuda de aparelhos, ligado em sondas, tubos, elétrons, monitores, com sembrante de dor e lágrima nos olhos, pois é a única reação que consegue ter, aprisionado num corpo que já não funciona plenamente, inchado, machucado, cheio de hematomas... apesar da esperança que não nos deixa, chega o momento em que enxergamos na morte um alívio. É um misto de apego e consciência de que é preciso deixar ir... e nos vemos obrigados a deixar o egoísmo se dissolver, pois se cumpriu o propósito daquela existência. 

Mas a saudade... essa fica como um rastro cortante. Como é barulhento o silêncio de uma ausência. Como ocupa os pensamentos a voz que já não se ouve. E como se torna preciosa cada lembrança...

Dia 8 ela entrou para a cirurgia e não voltou pra mim. Não sei por quanto tempo peregrinarei ainda nesta terra, mas um dia reencontrarei minha amada com o sorriso restaurado, no dia eterno, onde dor nenhuma vai interromper nossa comunhão. 

Muitas saudades <3 class="separator" p="" style="clear: both; text-align: center;">

sábado, 1 de abril de 2017

Pra sempre




Uma pessoa que num leito de CTI tem consolo, resignação e fé para nos manter de pé, não morre.
Uma pessoa que se preocupa em guardar dinheiro para o próprio funeral, pra não sobrecarregar ninguém, não morre.
Uma pessoa que deixa uma carta de despedida, dando um "até breve" e declara seu profundo amor pelos seus filhos e netos, não morre.
Portanto, não espere de mim pranto, desmaios, descontrole ou sentimento de vazio. Minha mãe vive em mim, porque está em Deus, que está em mim.
E como ela mesmo disse no final da carta: "Isto aqui não é um adeus, porque tanto amor, não pode terminar aqui."
Seguirei com seus exemplos, tentando ter a força e coragem que aprendi com ela. Porque tenho filho, neto e uma família inteira pra cuidar.
As lágrimas que vez ou outra brotam, não são diferentes das que eu choraria se fosse apenas uma longa viagem. Porque o amor não morre.
Quem espera em Deus, não morre.

Gratidão


Sou muito grata a Deus por ter sido gerada, educada e cuidada por uma mulher tão especial. Minha mãe era sábia, sensível, amorosa e disponível para nós, que a tínhamos como nosso porto seguro. Sempre com uma visão coerente das coisas, mas também sempre disposta a nos ouvir e aprender com nosso ponto de vista. Foi um privilegiado, quem conviveu, amou e foi amado por ela.

Nossos últimos encontros foram muito dolorosos, mas também de muita sensibilidade. Só uma pessoa temente à Deus, vive dias de tanta dor, com esta resignação e confiança de que Ele sempre faz o melhor. Ela me disse: "Filha, nós que cremos em Deus, não precisamos ter medo. Se eu for, estarei com Ele e se porventura Ele ainda tiver algum plano pra mim, sairei daqui e tudo será diferente, porque amar não é apenas doar o que temos, mas doar de nós."

Minha mãe estava pronta e Deus em sua infinita bondade e cuidado, a lapidou. Foi limpa, sem resquícios do passado e entrou para a cirurgia submissa à sua vontade. Aprouve ao Senhor dar-lhe mais uma semana para a nossa preparação, mas ela já estava com Ele.

Jamais deixarei de amar minha mãe e sei que ainda teremos um longo período de dor pela sua falta, logo ela que era o elo principal da nossa família. Mas seguiremos com o legado que recebemos. Honraremos nossos pais, praticando seus ensinamentos. E seguiremos gratos à Deus por ter-nos concedido tanta alegria ao seu lado, mãezinha.

Dos sonhos que ela teve...

Ela me acordou no meio da noite, sussurrando meu nome pra não acordar as outras pacientes. Virou para a poltrona onde eu estava, parecia ter pressa de contar o que havia acabado de sonhar. Ela dizia: preciso contar agora, porque não quero esquecer nenhum detalhe. O que acabei de sonhar, só pode ter algum significado, mas eu não consigo interpretar, só sei que preciso te contar...
E eu mal acomodada, porém muito sonolenta, ia despertando aos poucos, conforme ela contava o sonho com uma riqueza impressionante de detalhes.
"Você estava nesta mesma poltrona lendo uma Bíblia de capa preta. Entrou uma mulher aqui no quarto e te agrediu, jogou sua Bíblia no chão, espalhou seus papéis junto com um pó amarelado pelo chão. Haviam outras pessoas com ela, que a apoiavam e não deixavam você fotografar aquela cena para não a denunciar. Você estava humilhada e chorando, pegou a Bíblia no chão, limpou e a abraçou. Quando viu que você não reagia, a mulher começou a arder em chamas de baixo para cima e de você começou a sair refrigério. Conforme você tocava nela, o fogo ia apagando. Era como se o que saía de você, fosse muito maior do que o que estava nela."
E eu achando graça da importância que ela estava dando ao sonho, só disse a ela o quanto sou grata por padecer tantas situações por levar tão à sério a pregação da sã doutrina. Sem saber ela estava confirmando o que já sei há muito tempo. Esta é a razão da minha vida e se não fosse pra sangrar neste mundo por causa de Cristo, melhor nem tivesse nascido.
Minha mãe estava muito sensível nos últimos dias. Coisas que agora lembro com muita saudade.